Páginas

Eu cultivo cactos


Setembro, o mês da primavera. Incrível é a maneira de que as cores se completam no jardim. As borboletas vêm e vão. Os passarinhos cantam e encantam. As abelhas vão em busca da doçura nas flores. Encontraria eu, uma semelhança com essa curta estação? Seria em meu estômago, essas borboletas que vem e vão? Ou então, seria eu, essa abelha que procura doçura naquilo que parece bom? Ou seria, enfim, uma mera observadora de toda essa beleza?
Pois bem, meu caro. Posso até admirar tudo isso, porém eu cultivo cactos. Cactos são resistentes, isolados, não suportam o excesso. São fortes, duradouros. Precisam de cuidados, mas sabem se cuidar. Cactos precisam de luz. Eu preciso de luz.
Apesar de parecerem secos e sem beleza, eles florescem. E não, isso não é um problema. Isso é essência. Isso é ser. Seja.





Capaz de ser tarde demais

E quando você olhar pela janela e perceber que a chuva está caindo, verá que é tarde demais. Tarde demais para me chamar para um café. Tarde demais para encomendar flores das cores que eu mais gosto. Tarde demais para se desculpar. Ah, meu bem... Pra tudo se têm limites. Minha gentileza se limitou. Minha paciência também. E sim, demorou. Para alguém, como eu, que acredita na existência de corações bons, foram decepções carregadas de muita espera, muita calma, muita ajuda. Hoje, você está longe, aí no norte, vivendo a vida que sempre quis: entre muitas pessoas e almas vazias, curtindo aquilo que chama de vida. E eu, aqui do outro lado. Cada um no seu canto, no sentido literal. A doçura que coube no seu olhar em nosso primeiro encontro, hoje está aqui comigo, me ajudando a escrever esse relato. As lembranças boas, claro, guardo com muito ardor. As ruins, tento deixá-las não arder. De fato, precisamos de sentimentos a todo momento. Os ruins, encontramos em qualquer lugar. Mas o refúgio, não. Quando lembrar e quiser me encontrar, não garanto estar aqui. Aconselho-te desamargar a vida, para depois achar-se em mim. E estarei por aí... Vivendo a vida que quis. Talvez com poucas pessoas, mas com corações cheios, iguais ao meu.

Começo de um recomeço


Sempre fui do tipo que acreditava em casais felizes, fadas e cavalo branco. Que um dia iria encontrar uma pessoa que me completasse, o mundo estaria em paz e as pessoas também. Mas aí fui crescendo, vendo o quanto as pessoas são cruéis. Com a natureza, com os animais, com tudo ao seu redor. Principalmente com elas mesmas e seus próprios sentimentos. Elas escolhem esconder as coisas boas que poderiam iluminar o nicho ecológico o qual vivem. Sim, denomino nicho ecológico ou habitat, pois muitas agem como verdadeiros animais. Irracionalmente. A frase de Nietzsche “Aquilo que não causa minha morte, torna-me mais forte”, mostra claramente o pensamento egoísta da população. Apesar do sofrimento, seja alheio ou não, as pessoas sempre aguardam o clímax de suas vidas e nele, a felicidade. Esse sentimento não deve ser sempre adiado. Devemos todos os dias trabalhar para consegui-lo o mais rápido possível. As pessoas não devem ser notícias. Notícias são informações ruins, raramente boas. Elas devem ser poesia. Quanto a mim, de tanto refletir, cheguei á conclusão de que serei poesia até o fim.

Créditos á essa imagem que serviu de inspiração para o texto.
Follow my blog with Bloglovin
Musintage por Emilia Jurach | Layout base por Maryana Sales - Tecnologia Blogger